quinta-feira, 26 de março de 2009

Nova Versão



Tal como referi no post anterior, vou publicar uma nova versão do trabalho.
Nesta composição tive em atenção elementos que, sob o meu ponto de vista, não estiveram em conformidade com a música escolhida na outra produção. Assim, simplifiquei esta nova composição para uma melhor orientação no espaço e percepção dos elementos aglomerados.
A primeira fase da sequência é o quadrado que pretende representar o mundo observado pelo sujeito, ou seja, o arco-íris, as nuvens e os pássaros no céu.
No céu apliquei um azul claro para transmitir tranquilidade e uma certa harmonia, visto que este tema é bastante calmo. Para as nuvens e pássaros recorri ao contorno. O círculo que se encontra ao centro é uma representação do mundo, o mundo que ele idealiza estar atrás do arco-íris e é nesse sentido que se justificam os três círculos brancos, dando a ideia que se trata de um sonho.



Para o círculo limitei-me a copiar o anterior, fazendo o paralelismo entre as duas etapas da sequência, ou seja, num primeiro momento a personagem encontra-se no seu mundo real (quadrado) imaginando um lugar onde tudo seria perfeito e em comunhão com a Natureza, lugar esse que surge depois (círculo).
Aqui, ela vê-se rodeada por flores vermelhas, pássaros voando à sua volta, parecendo esquecer-se de tudo o resto.
O alheamento da realidade e a vontade de viver num mundo agradável são para mim as ideias-chave que procurei retratar nestas duas composições.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Somewhere over the rainbow

Somewhere over the rainbow
Way up high
And the dreams that you dreamed of
Once in a lullaby ii ii iii
Somewhere over the rainbow
Blue birds fly
And the dreams that you dreamed of
Dreams really do come true ooh ooooh
Someday I'll wish upon a star
Wake up where the clouds are far behind me ee ee eeh
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney tops thats where you'll find me oh
Somewhere over the rainbow bluebirds fly
And the dream that you dare to,why, oh why can't I? i iiii

Well I see trees of green and
Red roses too,
I'll watch them bloom for me and you
And I think to myself
What a wonderful world

Well I see skies of blue and I see clouds of white
And the brightness of day
I like the dark and I think to myself
What a wonderful world

The colors of the rainbow so pretty in the sky
Are also on the faces of people passing by
I see friends shaking hands
Saying, "How do you do?"
They're really saying, I...I love you
I hear babies cry and I watch them grow,
They'll learn much more
Than we'll know
And I think to myself
What a wonderful world (w)oohoorld

Someday I'll wish upon a star,
Wake up where the clouds are far behind me
Where trouble melts like lemon drops
High above the chimney top that's where you'll find me
Oh, Somewhere over the rainbow way up high
And the dream that you dare to, why, oh why can't I? I hiii ?




Para esta primeira proposta que consistia na elaboração de uma composição que retratasse uma música através do uso de elementos básicos da comunicação visual eu escolhi “Somewhere over the rainbow” de Israel Kamakawiwo'ole. Esta fala essencialmente da necessidade de abstracção da dura realidade e a procura de um mundo aproximado da perfeição. Para a personagem esse mundo está para além do arco-íris. Lá os elementos da Natureza estão em harmonia com todo o espaço envolvente criando um clima de tranquilidade no qual se pode apreciar o quanto o mundo é maravilhoso.



Da minha interpretação deste tema resultou a seguinte composição:





Cada elemento tem uma função.
Usei bastante a cor para fazer uma alusão à vivacidade da Natureza.
O arco-íris justifica-se pela importância que ele representa ao longo da música.
Recorri também a quatro círculos que no seu conjunto formam uma flor. No centro, a fotografia de pessoas em grupos pretende realçar a amizade que é focada neste tema. As outras duas fotografias são elementos da Natureza.
Por fim, os pequenos rectângulos a desaparecerem servem como uma espécie de escada para o lugar idealizado por detrás do arco-íris para um lugar confuso e desconhecido representado pelos quadrados e círculos sobrepostos.
No entanto, e apesar de para mim, todos os elementos utilizados terem uma lógica e razão para entrarem na composição, penso que esta não se adequa na totalidade à essência da música e por isso pretendo realizar uma nova versão deste trabalho.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Kandinsky



Para este primeiro projecto da disciplina de Design e Comunicação Visual que tinha por base conhecer a utilização dos elementos básicos de comunicação visual, sendo eles o ponto, a linha, as formas, o contorno, a textura, a tonalidade e a escala, decidi observar e realizar uma análise do trabalho do famoso pintor abstraccionista Wassily Kandinsky.
Nascido a 4 de Dezembro de 1866, em Moscovo, Kandinsky despertou tardiamente para o mundo das artes, visto que apenas começou a pintar aos 30 anos de idade, aquando de uma vista a uma exposição sobre o expressionismo francês. É então aí ao ver um quadro de Monet que decide começar a pintar, mas desde logo o seu objectivo foi o de retratar os seus sentimentos e emoções e não uma mera representação da realidade. Foi ele que criou a corrente artística do abstraccionismo. Inspirava-se na música e folclore russo.


"A obra reflecte-se na superfície da consciência. Ela encontra-se 'para lá de' e, quando a excitação cessa, desaparece da superfície sem deixar rasto. Existe aí também como que um vidro transparente, mas duro e rígido que impede todo o contacto directo e íntimo. Ainda aí temos possibilidade de penetrar na obra, de nos tornarmos activos e de viver a sua pulsação através de todos os nossos sentidos. Para além do seu valor científico, que depende de um exame dos elementos particulares da arte, a análise dos seus elementos constitui uma ponte em direcção à vida interior da obra."

W. Kandinsky, Ponto e Linha sobre Plano, 1926





Composição VIII é o título desta tela que será provavelmente a mais conhecida de W. Kandinsky.
Arriscar-me-ia a dizer que este quadro é uma criação geométrica, visto que nela podemos observar várias formas da geometria como círculos, semicírculos, triângulos, quadrados, ângulos rectos e agudos e linhas rectas em várias direcções.
Outro aspecto que convém realçar é a importância que o autor atribui à cor. Desde criança que Kandinsky tem um fascínio por este elemento visual, facto que está bem patente neste quadro. O pintor utiliza um fundo claro e tripartido em tons que definem profundidade e conferem algum dinamismo à composição provocando também um contraste de tonalidades entre esse mesmo fundo e os elementos que se sobrepõem, todos eles com cores mais escuras. Kandinsky usa tonalidades diferentes dentro das formas dando energia à sua geometria, como o círculo amarelo com uma auréola azul em oposição ao círculo azul com uma auréola amarela.
Quanto às formas, também se verificam contrastes como o largo círculo no canto superior esquerdo que se evidencia claramente em oposição aos restantes elementos. As linhas e as formas assinalam direcções, ocupam espaços fulcrais que nos permitem focar a atenção em determinados pontos da tela.
A organização dos elementos confere uma harmonia única à composição, captando o lado emocional e espiritual que o artista pretende retratar. Pintada em 1923, a Composição VIII reflecte a influência do Suprematismo (pintura com base nas formas geométricas planas – os rectângulos, os círculos e a cruz – sem qualquer preocupação de representação) e do Construtivismo.


Nesta tela, intitulada Composição X, a componente geométrica não é tão acentuada como na anterior, contudo não são completamente inexistentes.
Mais uma vez a cor assume um papel importantíssimo na interpretação do quadro. Contrariamente ao antecedente, o fundo é preto, uma tonalidade bastante escura, que acaba por realçar os restantes elementos que se encontram representados com tons muitíssimo apelativos para focar a atenção.
Aqui encontramos também várias vezes repetido o ponto, elemento mais básico da comunicação visual que assume diversas tonalidades e tamanhos.
O posicionamento das formas faz com que pareça uma junção dando-nos a perspectiva de um “objecto” como um todo. Contudo, estes mesmos dois “objectos” assumem direcções opostas, sob o meu ponto de vista, que no entanto se tocam e se vão encontrar a dada altura.

“Kandinsky soube, no entanto, manter a teoria nos seus justos limites, sem cair nunca numa pintura que fosse a mecânica execução de uma fórmula”.